segunda-feira, 30 de junho de 2008

voltei!!!

Jú Mancin

d °_° b tired of waiting for you, the kinks

voltei, meu bem, voltei!

pras coisas feias e sujas, pras cinzas esquinas, pra esse céu escuro e sem estrelas...

a estrada, minha amiga, me deixou bem aqui, no exato ponto de onde eu parti. olhei um mundo belo, olhei um mundo que não é meu, sou daqui, da terra das faces inexpressivas, dos sorrisos superficiais, das mentes debilitadas pela falta de uso. sou daqui, longe daqui não sou...

voltei pro tráfego, pro tráfico, pro beco!

voltei pra mim!

...LUA...


jú mancin


d °_° b baioque, chico buarque


quem não guenta com mandinga, não carrega patuá!!!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Tudo de tudo. De tudo um muito.


Lu Minami
Ouvindo: I Should've Known Better
(Groove Armada)



Existe uma noite que eu amo. Dessas que a gente tem certeza que vai guardar tudo, todas as gotas, até a última ponta, dentro do fichário da memória e esperar ansiosamente pelo dia em que um desses cheiros invada o nosso peito e arrebate a vontade de passar de novo por esse tempo.

Começa pelo dia, o dia exato em que o outono termina para dar lugar ao vento gelado do inverno. São os melhores fins de tarde. O outono termina em noite de lua cheia, dias fabulosos e claros, noites geladas e limpas. O dia desce laranja, com a subida da ladeira rumo às ruas mais movimentadas da cidade, o trânsito cheio, as sirenes ligadas, em contraste com o vapor quente que sai das milhares bocas que passeiam pelas avenidas. Gola do casaco levantada, olhos apertados, passos rápidos, café em mãos.

Depois disso, uma conversa, um telefonema, uma dose.
A espera inquieta pela noite fechada sem traços azuis ou rosados no céu, só as luzes de letreiro e os faróis.


Outra dose.


As pessoas indo e voltando do trabalho, rindo, chorando, brigando, sozinhas, em pares, em bandos. As cores, os barulhos todos juntos, livros sendo lidos e descartados, pratos quebrando, discos sendo vendidos, filmes sendo vistos, corpos sendo alugados, papéis sendo rasgados, trocados, renovados. O gerúndio a todo vapor, celebrando os momentos instantâneos, presentes, em tempo real de uma metrópole que acontece loucamente, em todas as direções.

Finalmente, o som cortante e repetido no ouvido, que faz com que os sapatos mudem de lugar, os joelhos se encontrem, a cintura dance, os olhos fechem, os cabelos voem. E na pista lisa e escura, o encontro com a melhor e pior coisa da cidade grande: a solidão. A solidão bem vinda de dançar sem esperar a oferta de um abraço medíocre. A solidão maldita que traz a certeza de que a morte chegará um dia, daqui a alguns anos ou minutos e você estará absolutamente e irremediavelmente sozinho.

A solidão e companhia de si mesmo com um último cigarro.

E outra dose.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

.e não pense que eu fui por não te amar.

Jú Mancin

d °_° b society, eddie vedder

A cada milha a sensação de deixar pra trás tudo o que não me pertence, todas as coisas que não me deixam, mas que também não estão lá.
Meu coração flutua entre um conto e outro.
No rádio mais uma das tantas “nossas músicas” que passam como tudo à minha volta. No céu desenhos se formam a cada cruzamento, uma imensa tela de projeção azul, que funciona melhor de olhos fechados.
É hora de seguir, mais adiante a maria-fumaça apita, chamando os que sabem do trem, é, ainda tem o trem, que carrega carvão e vapor e corações, que carrega emoções de um ponto a outro, é fácil perceber que a hora do trem passar é importante, toda a cidade se agita com o trem&fumaça.
Entre poetas e reis, impérios e loucos, inconfidentes-degenerados-ladrões-enforcados-bandeirantes-santos-mineradores-desbravadores & navegadores, entre todos os passos de uma história de quinhentos anos me vejo infinito nada, sem sentido ou razão.
O apito do trem me avisa. [“ é hora de seguir!”]
A estrada segue, nunca pára, não tem fim! A história não tem fim. Esqueço o céu, as nuvens e os loucos, sou caminhante e só sei seguir! [eunãoseipa-rar]

Society, you´re crazy bree, I hope you´re not lonely…without me!!!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Caindo do caminhão

Lu Minami

Ouvindo: The greatest
(Cat Power)


E aí, zás, algo mudou.
E bem, uma viagem pelo centro de si mesma, foi o bastante.
[nunca será o bastante]

Para perceber que a vida sai pelas beiradas e tem que tomar cuidado para não transbordar e ferrar tudo, limpar tudo de novo.
[chorar o leite derramado]
E para se desconcertar com o mundinho antigo que ela fazia questão de manter, com toda a bagunça e os cheiros antigos.
E com toda a catástrofe que se instalou, todas as lágrimas que rolaram, dignas de um dramalhão vazio, ela deitou no colo da mãe. Mais um pouco, só para eu me sentir segura de novo.
Por que esse mundo é tão grande? E por que eu tenho que esperar tanto para entender tão pouco?
E ali, em meio àquele edredom molhado, descobriu que vai precisar soltar o passarinho que mora no seu peito. Sem medo de morrer, sem medo de construir um ninho.
E que tudo pode ficar exatamente igual ou melhor, numa vizinhança diferente.
...Once I wanted to be the greatest
Two fists of solid rock
With brains that could explain
Any feeling...

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